domingo, 30 de março de 2014

PAULO PETTY & LUCAS WALLACE : FIGHT TOUR




Recentemente dois atletas da baixada santista iniciaram uma TOUR pelas academias da região. Inicialmente a ideia era apenas uma visita formal, mas acabou se tornando algo prazeroso e cheio de história.
Uma iniciativa inédita em busca de aperfeiçoamento, troca de informações e uma grande dose de amizade, companheirismo e respeito acima de tudo.
Veja a matéria completa dessa viagem de Lucas Wallace e Paulo Petty dois atletas que protagonizaram essa bela iniciativa.


1: Conte um pouco sobre essa iniciativa, o que levou vocês a terem essa ideia?

Petty - Tudo começou, quando eu estava ajudando o João Fernandes a montar a A.M.T.I ( Associação de Muay Thai Internacional ), então decidimos juntos visitar todas as equipes da baixada, para conversar sobre a A.M.T.I e conhecer a forma de trabalho de cada uma mas o tempo e os afazeres não conspiraram a favor, então meses depois decidi ir sozinho com a finalidade de treinar e convidei o Lucas para ir comigo.

Lucas Wallace: Descobri que o Paulinho tinha vontade de visitar todas as academias na baixada assim como eu, então recebi o convite do Paulinho para irmos juntos fazer esse tour de academias eu já fazia visitas porem na maioria das vezes na equipes de São Paulo em amigos meu, como Wilson Djavan da black lion, Guina Rodrigues da guina team, Clayton Monteiro da BTT São Paulo e então decidimos ir e rodar todas as equipes de Santos e trocar idéias e conhecimentos técnicos..


2: Vocês acham que isso fortalece mais o Muay Thai? E como fica a “rivalidade” que isso, infelizmente não termos como fugir dentro dos eventos.

Petty - Acredito que esse entrosamento,essa amizade entre as equipes,nos aproxima mais do espírito do muay thai ,hoje a baixada passa por uma fase de amadurecimento profissional, onde as antigas caras de mau, estão sendo substituídas por largos sorrisos e fortes apertos de mão.

Lucas Wallace: Em minha opinião a rivalidade sempre vai  existir, porem de forma competitiva e sadia e fica só em cima do ringue mesmo, fora dele a amizade prevalece sempre.


3: Com tudo isso, como vocês podem avaliar o Muay thai em si, como podem ver os aspectos técnicos, treinamentos a sua evolução em si.

Petty: Acho que não cabe a mim avaliar o muay thai, mas posso dizer que reparei que as equipes na baixada se dividem em 3 tipos, as que buscam e tem raízes na Tailândia, as que buscam e tem raízes no muay thai que nos foi ensinado no Brasil por décadas e as que buscam e tem raizes no kick ou K1, resumindo todas estão procurando o conhecimento do verdadeiro e único muay thai e isso é muito bom.

Lucas Wallace: Apesar da ramificação nos deixada no Muay Thai ser grande e errônea, vimos que todos estão procurando a direção certa para o único caminho certo e cada equipe tem sua particularidade, nada foi desperdiçado ,pois tiramos boa lições dos lugares que visitamos e na minha opinião e avaliando em um contexto geral temos muito para melhorar, porém vejo que estamos aos poucos trilhando o caminho certo.

4: O que mais agregou falando pessoalmente, fora do esporte, o que isso acrescentou na vida pessoal de vocês?

Petty: Conhecimento, satisfação, diversão, novos amigos e parceiros de treino.

Lucas Wallace: Mais objetividade no nosso esporte, tirou falsas impressões e vai fortalecer a amizade para vida toda, porque nas visitas sempre fomos tratados sem indiferença nenhuma

5: Vocês tem a intenção de fazer esse mesmo projeto, mas em outras academias, fora da baixada santista?

Petty: Sim, o que dificulta é o tempo e a distância, mas sempre vai existir uma oportunidade.

Lucas Wallace: Não só temos como já tentamos até mesmo nos programar, mas o que 
falta é tempo hábil para isso. Convites já temos e graças a Deus temos portas abertas na maioria das equipes que conhecemos.


6: Aconteceu algum fato interessante nesse projeto? Alguma coisa que marcaram vocês.

Petty: Acho que o mais engraçado, entre eu e o Lucas nessas visitas, é que em todas esperávamos um exército faminto por cabeças, e encontramos muitos amigos, nos divertimos muito, e fomos muitíssimos bem tratados e recebidos em todas as equipes, sem exceção. Mas é claro sem deixar as porradas de lado.

Lucas Wallace: Verdade, sempre antes de sairmos, conferia nossas munições
nossos (EPI) equipamentos de proteção individuais e obrigatórios ( risos ).
Mas o principal pensamento era imaginar como seria a reação de ter alguém visitando a sua academia sem a real intenção de maldade, já que antigamente as visitas eram coisas de às vezes até mesmo fechar a academia e sair na mão de verdade ( risos ).

7: Como atletas profissionais, o que aprenderam de novo e como foi a troca de experiências nesse período?

Petty: Foi muito bacana, tivemos uma diversidade enorme de treinos e estilos de lutadores, treinamos físico, técnico, contato de forma bem diferenciada.

Lucas Wallace: Profissionalmente falando foi uma experiência muito bacana, pois além de toda troca de informações e a diversidade de material humano, podemos notar muitas características e particularidades de cada equipe e agregarmos ao nosso conhecimento tornando-nos assim mais uma vez um aprendiz


8: Em dados quantas vistas foram ao total e quais equipes ?

Vistamos até agora as equipes.
Plaza Fight Team, Cazolari Thai Boxing, Fênix Top Team, CTC – Centro de treinamento Cobra, Gorila Team, Puro Thai, Soldados do rei, Bangkok, Terrier Fight Team, Baixada fúria Team e Víboras.
E tem muito mais equipes na baixada santista que infelizmente até a presente data não foi possível visitar, mas pretendemos visitar , fora as de outra região.

9: Vocês acham que essa iniciativa seria interessante para os demais atletas, visitas entre academias, como vocês imaginam isso se tornando uma realidade?

Petty: Na verdade após começarmos a postar as fotos de nossas visitas, os alunos do Lucas e outras equipes passaram a também fazer visitas, fico feliz em te responder que isso já tornou uma realidade.

Lucas Wallace: Essa iniciativa já esta sendo feita por muitos outros atletas de várias equipes e acho que isso tem que virar hábito e rotina, pois a troca de informações ela tem que ser constante e não algo que fique escondido entre quatro paredes, a informação esta em todos os lugares só não abre o olho quem não quer abrir mesmo, temos revistas, livros,vídeos no youtube então se toda essa informação esta disponível gratuitamente, porque não podemos trocar elas de uma forma mais pratica e eficaz ?


 10: Vocês são praticantes de outras modalidades também, vocês vêem isso dentro das modalidades que praticam? E por que então escolheram o Muay Thai?

Petty: De certa forma eu já participei e presenciei visitas em outras modalidades,acho que a escolha do muay thai vem do fato de termos ela como carro chefe e arte preferida ,misturado com a iniciativa pouco praticada em nossa região, do qual só nos vem a agregar valores.

Lucas Wallace: Sim somos praticantes de outras modalidades e competidores de todas elas também. Nas outras artes que praticamos podemos ver que elas não estão inseridas de uma forma muito errada como o Thai ,porém o Muay Thai tem um encanto único e tem muita informação a ser trocada pelo fato de ela ter sido inserida de forma errada no nosso país. E levando em consideração que a baixada santista esta evoluindo bem, aos poucos todos estão tentando seguir em um único padrão para que a luta não seja questão de força ou conhecimento técnico e sim quem se dedica mais.


11: Resumindo todo esse período qual sentimento vocês agora passariam para quem está lendo essa matéria?

Petty: Não podemos nos igualar aos brigadores de torcidas organizadas, precisamos enobrecer nosso esporte através de atitudes dignas de pessoas centradas e bem equilibradas, lapidadas na disciplina e nos ensinamentos da arte.
A academia e eventos de muay thai, têm de ser um ambiente para a família

Lucas Wallace: E além da academia ter que ser uma ambiente familiar, creio que essa iniciativa tem de ser passada adiante para a informação chegar em todos os lugares porque o Muay Thai é a arte dos livres e ninguém vai levar esse conhecimento próprio para o túmulo então a minha dica é passar a informação adiante.


12: Muito obrigado pela entrevista, e parabéns pela iniciativa aqui fica o espaço aberto, para falarem o que quiser.

Lucas e Petty: Deixamos aqui nossos sinceros agradecimentos a todos que abriram as portas de suas academias para nos receber, eu Paulo Petty agradeço ao Lucas por se aventurar comigo nessa. Eu Lucas Wallace agradeço o convite do Paulinho.
E nos despedimos reforçando a idéia da amizade e da mudança,onde uma mão lava a outra e caminharemos em uma só direção.

Muito antigamente você ia em um evento e levava varias encaradas,a torcida xingava,brigava,você não confiava em uma fruta ou garrafa d'água achando que alguém colocou um laxante ou algo do tipo.
Hoje os lutadores saem juntos, treinam juntos, viajam juntos, usa da mesma área de aquecimento, às vezes você esquece algo e sempre tem alguém para te ajudar: emprestando uma bandagem, capa, coquilha,vaselina ou até mesmo subir ao ringue com você para poder te ajudar na luta.

E isso não é só profissionalismo, isso também é respeito e humildade, quesitos básicos para qualquer praticante de arte marcial.
Um agradecimento especial ao MTBS pela oportunidade de contar alguns fatos relacionados às nossas visitas e a AMTI que basicamente junto com a nossa vontade foi o inicio de tudo...
Sawadee Khun Krap a todos os Nak Muays e Kor Hai Chok Dee !!!



Veja algumas fotos dessa tour.